
A história entre a Coverflex e a Velocidi podia resumir-se em poucas palavras: quando Paulo Cunha percebeu que a solução que estava a tentar implementar já existia, rendeu-se. Só que não. É que vai muito além disso. Fundada em 2011 nos Estados Unidos, a Velocidi entrou em Portugal em 2018, na sequência da compra da tecnológica portuguesa ShiftForward. Mas a aquisição foi apenas um dos grandes fatores de transformação do negócio da nova-iorquina nesse ano. “A Velocidi trabalhava na área do reporting mas, ainda durante 2018, e após a aquisição da tecnológica ShiftForward, deparámo-nos com uma situação em que o negócio principal da empresa, muito concentrado num enorme cliente que desapareceu, não estava a funcionar a nível global”, conta Paulo Cunha, CEO da empresa, em conversa com a Coverflex.
O desafio à data passava por fazer frente a uma “queda brutal” tanto da faturação como no próprio financiamento da empresa: em poucos meses, a Velocidi chegou a uma encruzilhada que tornou a situação “insustentável”.
“No final de 2018 sentámo-nos com os investidores para perceber o que iríamos fazer, e vimos que havia uma oportunidade de negócio: a entrada de um novo produto, que a ShiftForward tinha estado a desenvolver, no mercado era o futuro e uma oportunidade gigante”, recorda Paulo Cunha. Dessa reunião saiu a decisão de carregar no botão de reset, e de ir para o mercado de novo como startup. Outra vez.
Logo depois das mudanças, Paulo Cunha começou a pensar numa maneira de adequar os benefícios às necessidades específicas de cada colaborador da Velocidi. A cultura da empresa em Portugal manteve-se fiel à da ShiftForward: empreendedora e muito focada em compensar bem as pessoas pelo trabalho que fazem porque, ao contrário de um negócio mais estável e tradicional, “uma startup é um negócio em crescimento e há uma multiplicação gigante no valor que a empresa tem face ao trabalho que as pessoas fazem”. “Num negócio tradicional isso não era praticável, neste é”, assinala Paulo. Por isso, desde o dia 1 que a ideia de “compensação” teve sempre em atenção essa mais-valia, por uma questão de justiça e, claro, como forma de atração e retenção de talento.
Foi dessa reflexão que surgiu o primeiro desafio: a ausência de instrumentos financeiros que tornem essa compensação fácil e justa.
“Começa com aquilo que era o mais óbvio nos EUA, as stock options: em Portugal são taxadas como trabalho dependente, com IRS, com tudo, o que para mim não está certo. E tudo o que vem à volta disso”.
A primeira solução em que Paulo Cunha começou a trabalhar foi num orçamento anual comum do qual os colaboradores pudessem usufruir, montado num Excel: comprar um set de headphones, pequenos dispositivos eletrónicos ou uma mesa de trabalho que trouxesse maior conforto estava à distância da vontade de cada um, desde que o dinheiro fosse gasto em prol da empresa e do bem-estar dos colaboradores. A base? Confiança. “Não recrutaria determinada pessoa se achasse que ia gastar dinheiro de forma errada”, assinala.
A ideia foi tão bem aceite e tão elogiada que, a dada altura, a equipa decidiu, em conjunto, investir num aquário gigante para o escritório. “As pessoas falavam sempre dessa responsabilidade financeira que tinham na empresa de forma muito positiva. E foi isso que tentámos entender: como era possível uma coisa que era proporcionalmente tão barata tivesse um impacto tão positivo nas pessoas?”
“Se a pessoa que estás a contratar te vai deixar feliz, uma pessoa que faz feliz a equipa é uma moeda importante porque é a única que não é taxada, a única que conseguimos usar sem burocracias”, brinca Paulo Cunha. Foi precisamente de uma reflexão sobre a importância das pessoas nas organizações e sobre a adequação da remuneração flexível às suas necessidades que, um dia, em conversa com Nuno Pinto, cofundador e CBO da Coverflex, o CEO da Velocidi percebeu que a solução da HR tech portuguesa ia ao encontro das necessidades.
Ao processo que Paulo estava a montar para 16 colaboradores, no Excel, a Coverflex veio acrescentar novas opções de benefícios flexíveis e um orçamento que cada colaborador pode gerir independentemente, à medida das suas necessidades presentes. E, claro, menos trabalho de gestão. “Era exatamente o que eu precisava porque veio acrescentar muito ao que eu conseguiria, manual e pessoalmente, fazer”, explica. A questão dos benefícios flexíveis, defende, deve assentar numa decisão que subentenda preferir uns em detrimento de outros. Por isso, a Coverflex Wallet funciona com a Velocidi. “Gosto dessa faceta: cada pessoa tem um plafond, escolhe onde quer gastá-lo mas ‘custa um bocadinho’, porque se tens uma coisa não vais ter outra”, descreve.
"A Coverflex foi-nos apresentada pouco depois de termos discutido internamente a possibilidade de otimizarmos fiscalmente as compensações da equipa. Embora considerássemos melhorar o subsídio de alimentação, as possibilidades adicionais que a Coverflex apresentava permitiram-nos fazer mais e melhor", conta Tiago Boldt Sousa, Product Lead na Velocidi.
A usar a solução desde novembro de 2020, a Coverflex veio "facilitar a introdução de benefícios flexíveis que, de outra forma, não teríamos recursos humanos para implementar", refere. "Permite-nos ser mais competitivos naquilo que oferecemos à equipa, de forma fiscalmente eficiente e sem esforço de gestão adicional".
Esta história foi publicada pela primeira vez no blog da Coverflex em junho de 2021.