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Testada em vários países do mundo, a semana de quatro dias de trabalho tem suscitado curiosidade e até envolvimento por parte de empresas em Portugal. Entre os maiores desafios da sua implementação estão a necessidade de trabalhar cada vez mais de forma assíncrona ao mesmo tempo que se mantém uma cultura empresarial coesa e colaborativa.

A Islândia testou - e em quatro anos provou-se que a produtividade durante uma semana de 32 horas é igual ou superior à produtividade durante uma semana de quarenta horas, tendo os níveis de stress dos colaboradores baixado consideravelmente.

O Japão testou - e um verão bastou para se concluir que a produtividade aumentou em 40%, segundo dados da Microsoft -, para não falar da diminuição dos custos de eletricidade (em 23%) e de outras despesas associadas ao dia-a-dia num escritório, como também do aumento da eficiência em reuniões e tarefas. 

Mais perto, na Holanda, a semana de 35 e 32 horas é já uma realidade comum desde os anos 80: os números demonstram que 40% da população a trabalhar, tanto no setor público como no privado, trabalha menos horas por semana do que as tradicionais 40.

Espanha ainda não testou, mas planeia fazê-lo em breve. E, em Portugal, já há empresas a pensar ou a dar os primeiros passos na medida. 

Tema de debate há alguns anos, a pandemia da Covid-19 acelerou a ideia de que a vida profissional e a vida pessoal devem ser realidades com fronteiras mais claras, ao mesmo tempo que a desmaterialização do “escritório” é uma realidade. Também por isso, a semana de trabalho de quatro dias ganha destaque - empresarial e mediático -, curiosos e adeptos, claro.

Tema de debate há alguns anos, a pandemia da Covid-19 acelerou a ideia de que a vida profissional e a vida pessoal devem ser realidades com fronteiras mais claras, ao mesmo tempo que a desmaterialização do “escritório” é uma realidade. Também por isso, a semana de trabalho de quatro dias ganha destaque - empresarial e mediático -, curiosos e adeptos, claro.

Depois de experiências bem-sucedidas, registadas um pouco por todo o mundo, em Portugal também já há empresas a testar o modelo de 32 horas de trabalho semanais. Uma semana mais curta aumenta a satisfação dos colaboradores? Como se implementa um modelo deste tipo? Menos horas de trabalho significam um menor salário? E a produtividade? Fica afetada pela medida?

A semana de trabalho de 15 horas que o economista John Maynard Keynes previu para a geração dos seus netos é uma realidade que não aconteceu - mas será que já estivemos mais longe de ter fins-de-semana de três dias?

O caminho, dizem os especialistas, é de cada uma das empresas. Por isso, a escolha deve ser pessoal e cultural, sugerem os convidados do ReFLEXions by Coverflex sobre o tema “4-day workweek: privilégio, risco ou oportunidade?”.

O caminho, dizem os especialistas, é de cada uma das empresas. Por isso, a escolha deve ser pessoal e cultural, sugerem os convidados do ReFLEXions by Coverflex sobre o tema “4-day workweek: privilégio, risco ou oportunidade?”.

Irene Rua, do Doutor Finanças, e Miguel Garcia, da New Work, já experimentaram e testaram o modelo nas respetivas empresas; com Pedro Antunes, da CCA, discutimos estratégias e enquadramentos legais da medida.

Resumimos em pontos tudo o que já sabemos sobre o tema:

  • Preparado para o caminho? A 4-day workweek, semana de quatro dias de trabalho, é um “caminho das pedras” que tem de ser feito por cada empresa; no entanto, é também vista à luz de uma dimensão muito maior: a da flexibilidade, que traz empoderamento às pessoas.
  • Não existe um modelo único de implementação: a lógica de 32 horas de trabalho semanais pode ser acompanhada de um corte de salário proporcional às horas trabalhadas, de um ajuste de dias de férias - por exemplo - ou até de uma remuneração igual para uma melhor gestão de tempo e adequação às tarefas realizadas, deixando maior margem para que os colaboradores tenham mais tempo para dedicar a tarefas pessoais.
  • Alguém interessado? Na New Work a medida foi implementada desde a entrada da empresa alemã em Portugal: no entanto, as pessoas nunca mostraram grande interesse; na Alemanha, Suíça e Áustria, onde a empresa tem sede e escritórios, respetivamente, existe uma adesão na ordem dos 25-30%, com corte de salário proporcional. No final do ano, a empresa atribui prémios e, geralmente, o valor do corte é reposto nesse bónus.
  • Cada caso é um caso: o setor pode determinar a facilidade de implementação da medida? De alguma forma, sim. Como early adopters, os especialistas colocam, por exemplo, empresas que trabalhem na área das tecnologias da informação, por estas estarem mais habituadas ao trabalho remoto, assíncrono e colaborativo. Setores mais tradicionais serão os que terão mais dificuldades na sua implementação. “Nos serviços é mais fácil organizar os tempos de trabalho, e apresentar o trabalho feito no final do dia, que é isso que interessa. Não quer dizer que no setor primário seja impossível”, simplifica Pedro Antunes.
  • Na base do acordo: a alteração de horário pressupõe sempre um acordo entre a empresa e o trabalhador. Mas a forma como as empresas começam a olhar para a possibilidade da 4-day workweek tende a ser particular: algumas optam por uma diminuição salarial, outras tendem a negociar a redução de horário em troca de um congelamento de aumentos salariais, outras ainda olham para o horário concentrado como possibilidade. “Tem de haver uma mudança de mentalidade e negociação para encontrar um modelo de compromisso e auto-responsabilidade, que são chave. É mais fácil adaptar as empresas a uma redução de horário e a estes regimes de adaptabilidade”, juridicamente falando, aponta Pedro Antunes.
  • Quando testar? No Doutor Finanças, o mês de agosto foi o escolhido para um piloto de redução da semana de trabalho. A iniciativa, que teve como base a “melhoria de vida” das pessoas, vai agora ser avaliada “criteriosamente” para avaliar três pilares: “se serviu os interesses das pessoas, da empresa, e se conseguiu manter o nível de excelência do serviço”.
  • Listar os desafios: Em matéria de implementação, a produtividade não é a única preocupação das empresas. Colaboração, comunicação assíncrona e cultura são alguns dos temas a ter em conta - e a considerar - quando se trata de pensar numa lógica de trabalho diferente daquela a que estamos habituados. “Temos estudos internos feitos por nós, em que percebemos que há um desfasamento gigante entre o que as empresas oferecem e o que as pessoas querem”, aponta Miguel Garcia. “Promover estas ideias junto dos colaboradores, explicar o que a empresa precisa de volta, é super importante. Garantir que as equipas continuam a funcionar, e até o próprio relacionamento com as pessoas, é uma das nossas maiores preocupações”.
  • O destino é o caminho: Irene Vieira Rua, Miguel Garcia e Pedro Antunes consideram que a medida de redução da semana de trabalho é, mais do que um fim em si mesma, um caminho. “Há aqui outros meandros, não é só um número”, explicam.

Pode rever a conversa completa aqui.

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